Preparações

Finalmente tenho algum tempo para relaxar e contar tudo o que tem acontecido.

Fiquei imenso tempo sem escrever aqui e se calhar ficou muita coisa para dizer entre o último post e a minha chegada a Leuven.

Da última vez que dei notícias o João tinha acabado de vir para cá. Aconteceram muitas coisas entretanto. Não dá para contar tudo (até porque não me lembro) mas, resumidamente:

1. O João voltou para Portugal e, depois, soube que tinha a oportunidade de voltar quando eu viesse
2. A bolsa foi confirmada para todos e não é propriamente uma pechincha. Foi calculada tendo em conta o custo de vida do país de destino e vou receber 1375€ no total (o que dá 275€ por mês apesar de receber já 1100€ e, quando voltar, o resto). Não cobre sequer a renda mas é uma ajuda brutal, especialmente tendo em conta que não estava a contar não receber mais de 150€ com tanta gente a candidatar-se!

Entretanto, com a ajuda do pai, do Pai Natal e da invenção das fantásticas contas a prazo - que me obrigaram a não gastar tudo o que tenho nos saldos – consegui poupar mais de 1000€ em poucos meses. Não é nada de extraordinário mas eu não sou propriamente forreta por isso fico mais que orgulhosa de mim mesma (e estou mais rica que nunca em toda a minha vida :’D). O dinheiro que tenho + bolsa + mesada chega para pagar a renda, viver em condições e ainda aproveitar para viajar o mais que puder! Sinto a missão cumprida mas claro que se não fosse os papás não estava aqui.

E tudo isto, aliada à minha grande paixão por dinheiro e à minha personalidade não tão secretamente capitalista, merece o mítico reaction GIF:

Noutras novidades: fazer as malas foi das coisas mais difíceis que tive de fazer na minha vida. Não foi traumático, ou deprimente mas foi, sem dúvida, frustrante. Para começar, com a época de exames (que acabou por não correr grande coisa) a mala teve de ficar para a véspera o que já me deu um certo pânico. Consegui ainda ficar com menos tempo porque me enfiei no Colombo com o meu pai para comprar o que faltava e tive de ir deixar a minha tartaruga com a Vanessa, a baby-sitter. Com toda esta brincadeira acabei por só começar realmente a fazer as malas às 17h da véspera...a menos de 10 horas do voo, portanto. Ainda fui jantar fora como quem tem todo o tempo do mundo, para me despedir dos papás, irmã Catarina e respectivo, Telma e Joan (para distinguir do outro João, o meu acabou de ser neste blog promovido a Joan que não é um nome muito másculo mas é carinhoso).

Para além da falta de tempo, cometi aquele erro de começar a pôr tudo o que queria em cima das camas para depois me começar, lentamente, a aperceber-me que metade ia ter de ficar em Portugal.

Com a ajuda da balança dos chineses que me diz que eu peso 62kg fui fazendo a mala pela noite a dentro. Cheguei àquele ponto em que não cabia mais nada e ainda podia usar uns 3kg da mala de porão e aí foi quando chegou o meu pai para enfiar, sem qualquer critério ou cuidado em manter a roupa minimamente passada. Não me estou de todo a queixar, se não fosse o meu pai acho que tinha só entrado em pânico. Com ajuda consegui enfiar naquelas malas quase tudo o que era mais essencial e algumas outras coisas dispensáveis (não foi tão engraçado chegar ao Hostel, abrir as malas e perceber que quase nada estava em condições de ser vestido mas essa parte fica para depois).

Ao fim de uma mala de 20kg, outra da Decathlon com mais 6kg e AINDA a mala do pc atafulhada de tudo o que não coube nas outras...eram duas da manhã. Faltava-me o iPod que não encontrei em lado nenhum. Sim, estou sem iPod e tive de trazer o meu primeiro mp3 de 119mb. Não quero falar sobre isso.

Em conclusão, posso assim ter o orgulho de dizer que fiz malas para 6 meses de vida noutro país em tempo recorde e consegui que os tipos da TAP não me chateassem com o excesso de bagagem.

Quando me deitei olhei para o telemóvel e conclui que tinha hora e meia para dormir. Veja-se que, com todo o histerismo, esse tempo não foi aproveitado da melhor maneira mas deu para descansar um bocado. Foi tipo os golfinhos, metade do cérebro desligada e a outra a não conseguir parar de pensar em mil e uma coisas.